sexta-feira, dezembro 09, 2005

Silenciemo-nos

Silenciemo-nos
por um momento.

Silenciemo-nos,
talvez
nos possamos ouvir
e ouvindo-nos
nos possamos compreender
e, compreendendo-nos,
nos aceitarmos como somos...


Calando para sempre
o que só falamos.


Einstürzende Neubauten - Silence Is Sexy

sábado, dezembro 03, 2005

Algures

Algures,
no infinito espacial
Grito!
perdida e sem ninguém
Escuto o meu eco...
O silêncio,
o vazio...
A assombrosa
verdade da solidão.


some old shit...

Muse - Feeling Good

quinta-feira, novembro 24, 2005

Atrás da Porta... (Paraíso Pt.II)

Atrás da porta,
o sonho.
Atrás da porta,
Eu...
Tu...
O irreal,
e o real!
Atrás da porta,
O mundo...
obscuro e cruel,
O tempo...
A vida...

Atrás da porta,
estou eu na cama deitada
a olhar para as estrelas
presas no meu tecto branco...
Atrás da porta,
ouve-se o silêncio harmonioso
de um corpo quente e pensativo...
Atrás da porta,
vê-se uma luz cegante
imergindo de dentro do corpo almado...
Atrás da porta
está uma vida presa
está uma veia estagnada
está um coração apertado
está uma alma penada...

Simplesmente,
atrás da porta...

domingo, novembro 20, 2005

Sossego

No escuro das estrelas,
abrigados dos olhares indiscretos
Caminhámos juntos
por becos e ruelas.
De tanta euforia,
nossos olhos se vendaram.
E de mãos dadas,
nossos corações se amarraram.
Procurando uma saída,
seguimos uma estrada
Onde nossos corpos se uniram
Onde nossas almas se amaram.
Procurando uma saída,
em busca da verdade
De olhos vendados,
com calma e serenidade...

sábado, novembro 19, 2005

Nunca digas nunca...

Nunca negues uma possibilidade...
pois não existe uma só.
Nunca vivas com tanta certeza...
neste mundo incerto.
Nunca digas que "sim" ou que "não"...
sabes mesmo o que vai acontecer?!
Nunca vivas à espera do amanha...
o amanha não existe
e quando ele vier
o mundo cairá em sono profundo.
Nunca digas que sabes!...
quando na verdade ninguém sabe nada
Nunca voltes atrás...
quando tens o dia de hoje para viver ,

para rir,
para chorar,
para dormir,
para acordar.
Nunca fiques parada...
o tempo corre e não espera por ti
o tempo foge,
o tempo não pára.
Nunca te cales...
o tempo da opressão já passou
Nunca prendas ninguém...
cada um é livre de pensar e dizer o que quer
Nunca te prendas a ti própria...
tu és livre...
tu és tu!
Usa as tuas asas
e voa...
bem longe,
para nunca mais dizeres nunca.

sexta-feira, novembro 11, 2005

Cinderela

Nenhuma vontade de falar...
Pouca vontade de escrever
Espreito pela cortina do quarto
e observo o fim de mais um dia.
Encosto-me à vidraça da varanda
contemplando este pôr-do-sol
como se fosse o último.
Não me lembro de mais nenhum anterior a este.
Mergulhada na melancolia do vazio do meu quarto
fico aqui...
tentando lembrar-me de quando me fazias sorrir,
mas a única coisa que se expressa é uma lágrima
Caindo suavemente pela face,
como se fosse uma carícia.
Fecho os olhos
e digo lentamente com gritos mudos:
[não] Te odeio.
Acredita.
Sinto uma leve brisa de Outono
percorrendo-me o pescoço,
afastando calmamente alguns fios de cabelo...
no entanto é Verão.
Abro os olhos e vejo pela última vez o céu
Meu corpo está pesado...
porém a alma é leve
porém sinto-me velha
porém sinto-me morta.
A melodia mantém-se.
Doce como a vida.
Fria como a morte.
ignorada. Usada. Esquecida.
Boa noite Cinderela.

domingo, novembro 06, 2005

Á Espera...

Imprudente,
Sai...
A caminho de nenhures.
Pelo outono
despida...
Aquece-se numa sombra
enquanto espera
e desespera
por um sinal,
de alguém...
Talvez de ninguém
Talvez de seu eco.
Presa,
Dentro de quatro paredes imaginárias
Solta uma lágrima,
que logo inunda sua alma.
Situação precária,
interminável...
Descontrolável
Situação imaginária!

quarta-feira, novembro 02, 2005

Paraíso

Numa porta
à espreita
Paro para olhar,
mas nada vejo...
Cega pela luz
Tento ver com as minhas mãos
mas não sinto...
Dou um passo em frente,
Frente ao desconhecido
Sinto...
Sinto um calafrio
percorrendo meu corpo inteiro,
como se consumisse a minha alma,
tirando-me o sentido
de TUDO...
do que é verdadeiro...
Extasiada com tão pouco
dou mais um passo em frente,
Abro um armário
e pinto-me de branco...
Onde estou?
Minha interrogação principal,
Interrogação intemporal...
Eleva-se neste céu finito.
Palavras...
Para quê usá-las?!
Apenas meus olhos ainda cegos,
descrevem o que vejo,
o que sinto...
Onde estou perdida.


So Here We Are - Bloc Party

segunda-feira, outubro 24, 2005

Anoitece em mim...

Acende tua chama
e queima minha alma,
Deita-me em tua cama
e vem com calma...
Aquece meu espírito
com teus dedos de lua,
leva-me ao infinito
faz-me sentir tua...
Com carinho,
acarícia-me com tua bondade
e com jeitinho
conta-me a verdade...
Diz que me amas
que por nada me largarás,
Diz que me amas
como a ninguém mais amarás...
Anoitece em mim...
era tão bom amar,
era tão bom ficar
até ao fim!

quinta-feira, outubro 20, 2005

Cadáver

Hoje soube que já não andas mais por cá
Que aconteceu a tudo o que passámos
por estas ruas?
Levaste tudo contigo,
ou imortalizaste tudo em mim?
Hoje soube que não respiras mais o meu ar
agora andas por outras ruas a vadiar
ruas de pânico e silêncio.
Hoje pensaste ter ganho asas
e voaste...
Partiste num vôo sem fim!

Hoje tornaste-te mais um cadáver,
mais uma alma perdida
à deriva...
num beco sem saída.
Agora andas às voltas
sem saberes o que fazer
E eu contínuo aqui...
como tu,
sem saber o que fazer.

Antes de partir
deixaste cair uma lágrima
que agora desejo devolver...
será que parto sem dizer nada
rumo a ti,
rumo a essa estrada
sem fim?...
Será que fico
e derrame tua lágrima
aqui...
sobre um jardim?...

Lunare

No céu negro,
a lua cheia,
...brilhante, reconfortante, penetrante...
possuidora de tamanha beleza
que a qualquer um faz inveja.
Num momento,
agarro-a entre os meus dedos,
e não deixo que ela me fuja.
No meu colo
abraço-a...
sinto-a...
tão limpa,
nesta minha alma perdida e suja.
É ela a minha cúpula,
o meu casúlo,
lugar de refúgio
onde eu me encontro,
onde eu te confronto...
com a minha verdade,
única verdade do meu ser,
do meu existir, do meu sucumbir
neste céu...
sombrio e frio
que congela meu corpo
e tira-me tudo...
para dar-me tudo...
outra vez.
Espaço infinito que anseio abraçar,
prender,
alcançar...
Enfim,
lugar que desejo reinar...
Lunare.

quarta-feira, outubro 19, 2005

Simplicidade



E o eco de ti
foi tudo o que ficou...

domingo, outubro 16, 2005

Para Sempre

A ti que me vês e não me olhas...

Memória,
abandonada nas sombras
do meu ser, à procura...
Penumbra deserta
onde moras anónimo
Infinito vazio,
vago e sem fim
onde nada É!
Mundo abstracto
que grita sem voz.
Sonho profundo,
realidade virtual
desejo perdido
nesta vida surreal.
Infinito,
onde tudo começa,
onde tudo acaba.
Parte de mim
perdida algures,
escondida no sempre.
Relógio intemporal
tic-tac que foge de mim...
Procuro-me,
encontro-te.
Estiveste sempre aqui,
aqui em mim,
para sempre...

Como uma memória, sem dono, perdida algures, ninguém a encontra... Está para além do real, transmigrada num paraíso infernal, onde o tempo e o seu tic-tac são reis, onde o dinheiro é o pão da vida, onde a felicidade e a alegria são restos de comida desperdiçados como se nada de importante fossem. Paraíso onde o ser humano é julgado pelo seu poder e arrogância e onde a fé e esperança são tidos como valores representativos da "coragem dos fracos"... Paraíso infernal onde todos somos canibais pela nossa sobrevivência... Buraco negro onde todos vivem para sofrer, para morrer! E tudo isto para te dizer que olhar é mais que ver.