segunda-feira, outubro 24, 2005

Anoitece em mim...

Acende tua chama
e queima minha alma,
Deita-me em tua cama
e vem com calma...
Aquece meu espírito
com teus dedos de lua,
leva-me ao infinito
faz-me sentir tua...
Com carinho,
acarícia-me com tua bondade
e com jeitinho
conta-me a verdade...
Diz que me amas
que por nada me largarás,
Diz que me amas
como a ninguém mais amarás...
Anoitece em mim...
era tão bom amar,
era tão bom ficar
até ao fim!

quinta-feira, outubro 20, 2005

Cadáver

Hoje soube que já não andas mais por cá
Que aconteceu a tudo o que passámos
por estas ruas?
Levaste tudo contigo,
ou imortalizaste tudo em mim?
Hoje soube que não respiras mais o meu ar
agora andas por outras ruas a vadiar
ruas de pânico e silêncio.
Hoje pensaste ter ganho asas
e voaste...
Partiste num vôo sem fim!

Hoje tornaste-te mais um cadáver,
mais uma alma perdida
à deriva...
num beco sem saída.
Agora andas às voltas
sem saberes o que fazer
E eu contínuo aqui...
como tu,
sem saber o que fazer.

Antes de partir
deixaste cair uma lágrima
que agora desejo devolver...
será que parto sem dizer nada
rumo a ti,
rumo a essa estrada
sem fim?...
Será que fico
e derrame tua lágrima
aqui...
sobre um jardim?...

Lunare

No céu negro,
a lua cheia,
...brilhante, reconfortante, penetrante...
possuidora de tamanha beleza
que a qualquer um faz inveja.
Num momento,
agarro-a entre os meus dedos,
e não deixo que ela me fuja.
No meu colo
abraço-a...
sinto-a...
tão limpa,
nesta minha alma perdida e suja.
É ela a minha cúpula,
o meu casúlo,
lugar de refúgio
onde eu me encontro,
onde eu te confronto...
com a minha verdade,
única verdade do meu ser,
do meu existir, do meu sucumbir
neste céu...
sombrio e frio
que congela meu corpo
e tira-me tudo...
para dar-me tudo...
outra vez.
Espaço infinito que anseio abraçar,
prender,
alcançar...
Enfim,
lugar que desejo reinar...
Lunare.

quarta-feira, outubro 19, 2005

Simplicidade



E o eco de ti
foi tudo o que ficou...

domingo, outubro 16, 2005

Para Sempre

A ti que me vês e não me olhas...

Memória,
abandonada nas sombras
do meu ser, à procura...
Penumbra deserta
onde moras anónimo
Infinito vazio,
vago e sem fim
onde nada É!
Mundo abstracto
que grita sem voz.
Sonho profundo,
realidade virtual
desejo perdido
nesta vida surreal.
Infinito,
onde tudo começa,
onde tudo acaba.
Parte de mim
perdida algures,
escondida no sempre.
Relógio intemporal
tic-tac que foge de mim...
Procuro-me,
encontro-te.
Estiveste sempre aqui,
aqui em mim,
para sempre...

Como uma memória, sem dono, perdida algures, ninguém a encontra... Está para além do real, transmigrada num paraíso infernal, onde o tempo e o seu tic-tac são reis, onde o dinheiro é o pão da vida, onde a felicidade e a alegria são restos de comida desperdiçados como se nada de importante fossem. Paraíso onde o ser humano é julgado pelo seu poder e arrogância e onde a fé e esperança são tidos como valores representativos da "coragem dos fracos"... Paraíso infernal onde todos somos canibais pela nossa sobrevivência... Buraco negro onde todos vivem para sofrer, para morrer! E tudo isto para te dizer que olhar é mais que ver.