quinta-feira, novembro 24, 2005

Atrás da Porta... (Paraíso Pt.II)

Atrás da porta,
o sonho.
Atrás da porta,
Eu...
Tu...
O irreal,
e o real!
Atrás da porta,
O mundo...
obscuro e cruel,
O tempo...
A vida...

Atrás da porta,
estou eu na cama deitada
a olhar para as estrelas
presas no meu tecto branco...
Atrás da porta,
ouve-se o silêncio harmonioso
de um corpo quente e pensativo...
Atrás da porta,
vê-se uma luz cegante
imergindo de dentro do corpo almado...
Atrás da porta
está uma vida presa
está uma veia estagnada
está um coração apertado
está uma alma penada...

Simplesmente,
atrás da porta...

domingo, novembro 20, 2005

Sossego

No escuro das estrelas,
abrigados dos olhares indiscretos
Caminhámos juntos
por becos e ruelas.
De tanta euforia,
nossos olhos se vendaram.
E de mãos dadas,
nossos corações se amarraram.
Procurando uma saída,
seguimos uma estrada
Onde nossos corpos se uniram
Onde nossas almas se amaram.
Procurando uma saída,
em busca da verdade
De olhos vendados,
com calma e serenidade...

sábado, novembro 19, 2005

Nunca digas nunca...

Nunca negues uma possibilidade...
pois não existe uma só.
Nunca vivas com tanta certeza...
neste mundo incerto.
Nunca digas que "sim" ou que "não"...
sabes mesmo o que vai acontecer?!
Nunca vivas à espera do amanha...
o amanha não existe
e quando ele vier
o mundo cairá em sono profundo.
Nunca digas que sabes!...
quando na verdade ninguém sabe nada
Nunca voltes atrás...
quando tens o dia de hoje para viver ,

para rir,
para chorar,
para dormir,
para acordar.
Nunca fiques parada...
o tempo corre e não espera por ti
o tempo foge,
o tempo não pára.
Nunca te cales...
o tempo da opressão já passou
Nunca prendas ninguém...
cada um é livre de pensar e dizer o que quer
Nunca te prendas a ti própria...
tu és livre...
tu és tu!
Usa as tuas asas
e voa...
bem longe,
para nunca mais dizeres nunca.

sexta-feira, novembro 11, 2005

Cinderela

Nenhuma vontade de falar...
Pouca vontade de escrever
Espreito pela cortina do quarto
e observo o fim de mais um dia.
Encosto-me à vidraça da varanda
contemplando este pôr-do-sol
como se fosse o último.
Não me lembro de mais nenhum anterior a este.
Mergulhada na melancolia do vazio do meu quarto
fico aqui...
tentando lembrar-me de quando me fazias sorrir,
mas a única coisa que se expressa é uma lágrima
Caindo suavemente pela face,
como se fosse uma carícia.
Fecho os olhos
e digo lentamente com gritos mudos:
[não] Te odeio.
Acredita.
Sinto uma leve brisa de Outono
percorrendo-me o pescoço,
afastando calmamente alguns fios de cabelo...
no entanto é Verão.
Abro os olhos e vejo pela última vez o céu
Meu corpo está pesado...
porém a alma é leve
porém sinto-me velha
porém sinto-me morta.
A melodia mantém-se.
Doce como a vida.
Fria como a morte.
ignorada. Usada. Esquecida.
Boa noite Cinderela.

domingo, novembro 06, 2005

Á Espera...

Imprudente,
Sai...
A caminho de nenhures.
Pelo outono
despida...
Aquece-se numa sombra
enquanto espera
e desespera
por um sinal,
de alguém...
Talvez de ninguém
Talvez de seu eco.
Presa,
Dentro de quatro paredes imaginárias
Solta uma lágrima,
que logo inunda sua alma.
Situação precária,
interminável...
Descontrolável
Situação imaginária!

quarta-feira, novembro 02, 2005

Paraíso

Numa porta
à espreita
Paro para olhar,
mas nada vejo...
Cega pela luz
Tento ver com as minhas mãos
mas não sinto...
Dou um passo em frente,
Frente ao desconhecido
Sinto...
Sinto um calafrio
percorrendo meu corpo inteiro,
como se consumisse a minha alma,
tirando-me o sentido
de TUDO...
do que é verdadeiro...
Extasiada com tão pouco
dou mais um passo em frente,
Abro um armário
e pinto-me de branco...
Onde estou?
Minha interrogação principal,
Interrogação intemporal...
Eleva-se neste céu finito.
Palavras...
Para quê usá-las?!
Apenas meus olhos ainda cegos,
descrevem o que vejo,
o que sinto...
Onde estou perdida.


So Here We Are - Bloc Party